quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Cidade de São Salvador

Em 29 de março de 1549, chega pela ponta da barra a comitiva de Tomé de Souza que veio com ordens expressas do rei, para fundar no local uma cidade fortaleza chamada de São Salvador de acordo com o projeto de Luís Dias, para ser a Cabeça do Brasil. O trecho que vai da atual Praça Castro Alves até a Praça Municipal, o plano mais alto do sítio, foi escolhido para a construção da cidade fortaleza. Pensando nas possibilidades reais de invasões de piratas estrangeiros e na manutenção do domínio português, o governador-geral distribuiu armas e munições aos colonos e construiu várias fortalezas em áreas estratégicas. Por essas razões decidiu-se pela edificação de Salvador na parte alta, onde havia paredões de até 80 metros de altura. Ele construiu-a completamente cercada por muralhas, e com canhões direcionados para o mar. Salvador nas décadas seguintes, tornou-se por muitos anos a maior cidade das Américas.

Planta da ocupação da Cidade do Salvador em 1549

Os portugueses, com a implantação dos engenhos de açúcar, precisavam de mão de obra para fazer o serviço pesado de plantação, colheita e trabalhar nos moendas e fornos, recorreram então ao tráfico e escravos da África para o Brasil, já que com as constantes guerras, e a catequização jesuítica, era cada vez mais difícil o aprisionamento de índios. Salvador foi o principal ponto de partida e chegada dos desumanos navios negreiros. A expansão da lavoura canavieira no recôncavo também se refletiu no desenvolvimento econômico da capital. Surgiram diversos engenhos de açúcar, plantações de cana e mandioca.

Expansão da Cidade do salvador

Inicialmente a cidade cresceu para o Norte onde continha três Portas de acesso, que são elas, Santa Catharina setor norte, Santa Santa Luzia e a leste Barroquinha. Então Transpassou a Porta de Santa Catarina e chegou até Santo Antônio Além do Carmo, beirando o Barbalho.

Logo em seguida, houve o crescimento para o sul, além da Porta de Santa Luzia, e foi em frente até Vila Pereira (atualmente a Barra) e posteriormente a cidade começou a se expandir para o leste, mas não com a mesma intensidade devido a barreiras naturais, tais como o Rio das Tripas. Com o crescimento da população os limites das muralhas foram rompidos. E esse crescimento populacional desenvolveu a cidade até meados do século XVIII. A sua prosperidade econômica advinha das plantações de cana de açúcar. Havia plantações de cana e engenho de açúcar em Brotas, Graça e Rio Vermelho. A expansão da Cidade pelo setor Sul, Portaria de Santa Luzia, se dar devido a existência das duas vilas (Vila Velha e Vila do Pereira) que influenciaram decisivamente na expansão da cidade para aqueles lados.

Referências:

Acesso em 02 de Agosto de 2016 <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/tome-sousa.htm>

Acesso em 02 de Agosto de 2016 < http://www.cidade-salvador.com/seculo16/vila-pereira.htm>

Acesso em 03 de Agosto de 2016 < http://www.misba.org.br/salvador/>

Acesso em 05 de Agosto de 2016 < http://www.amoahistoriadesalvador.com/series/serie-1/>

PEREIRA, Irlan Celestino. Breve Histórico do Instituto Sesmaria e a Evolução das Principais Áreas da Cidade do Salvador. 2010.

SILVA, Cecília Luz da. A cidade do Salvador nos seus 454 anos. Salvador: EdUNEB,2005

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Baía de Todos os Santos

Localização Estratégica de Salvador

O Brasil mesmo após a adoção do sistema de capitanias hereditárias, continuou a ser assediado pelos navios da França e Holanda. Visando proteger seus interesses, Dom João III decidiu centralizar as decisões da nova Terra criando o posto de Governador Geral do Brasil. O fidalgo Tomé de Sousa, tinha como principal missão incentivar a urbanização em pontos estratégicos do Brasil, bem como proteger militarmente o território das invasões estrangeiras.

Baía de Todos os Santos, em c. 1625. Imagem: 50 anos de urbanização:

Salvador da Bahia no séc. XIX. Rio de Janeiro, Versal, 2005.

Primeira habitação

Imagem ilustrativa - Fonte Google Imagens

Descoberta em 01 de novembro de 1501 pela primeira expedição exploradora após o descobrimento de Pedro Álvares Cabral, a Baía de Todos os Santos foi doada (pelo sistema de capitanias hereditárias) a Francisco Pereira Coutinho, pertencente de família nobre portuguesa, em 1534. Recebera a Capitania como recompensa aos serviços prestados na Índia onde viera a desempenhar cargo de Capitão de Goa. Após dois anos, o donatário chegou ao local para tomar posse e já existia na Baía de Todos os Santos uma pequena comunidade de europeus. Nela destacava-se o Diogo Alves dos Santos, o Caramuru, que já havia casado com Paraguaçu, a filha de um cacique Tupinambá.

Vila do Pereira

Desenho aquarelado. Original no Arquivo Público do Estado da Bahia, em Salvador.

Com a intervenção pacificadora de Caramuru e juntamente com o auxílio dos moradores existente, Francisco Coutinho fundou a povoação Vila do Pereira, nas mediações da ladeira da Barra. Dentro da povoação corria o importante Rio Seixos, e esse rio é um dos limites da sede das terras de Francisco Pereira Coutinho. Todas as naus que chegavam, paravam no chamado Porto da Vila Velha e se abasteciam de água e víveres. Muitas estão a Caminho das Índias e traziam muita mercadoria do exterior.

Rio dos Seixos

Estabeleceu na região a cultura de cana-de-açúcar com vários engenhos sendo edificados em plena produção. Na época decidiram também produzir tabaco e algodão. Durante um período de quase dez anos de paz, no ano de 1545, um violento ataque desferido pelos Tupinambás, forçou os portugueses refugiarem-se na capitania vizinha: Porto Seguro. Em 1547, após uma negociação de paz, os colonos naufragaram durante uma tempestade em frente a ilha de Itaparica quando retornavam a Vila do Pereira.

Imagem ilustrativa - Fonte Google Imagens

Os sobreviventes forma capturados e devorados pelos índios (a Ilha era habitada por índios que não estavam a par da conciliação), e entre eles encontrava o donatário Francisco Coutinho. Mediante esta situação, o rei e os conselheiros decidiram enviar ao Brasil uma autoridade mais forte, um representante do próprio rei acompanhado por homens armados e de funcionários como um governador-geral.

Tomé de Sousa

Para a sede do Governo Geral foi escolhida a Bahia de Todos os Santos por dois motivos, o filho do Capitão morto decidiu vender seus direitos à Coroa, a região era central, situando-se a meio caminho do extremo sul, facilitando a locomoção e comunicação.

Imagem ilustrativa - Fonte Google Imagens

Tomé de Souza foi o primeiro Governador Geral, chegou à Capitania da Bahia aos 29 dias do mês de Março do ano de 1549 onde fundou a cidade de São Salvador.