segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A história de Arlinda

De Salvador para Cachoeira. De Cachoeira para Feira de Santana. De Feira de Santana para Santo Amaro. Desta trajetória de vida da minha avó aqui registrada, herdei histórias e hoje, compreendo que o importante aqui não foi o destino, mas sim o percurso. Caminhei aqui para registrar, salvaguardar e difundir histórias.



Convido você para ir junto. Caminhar comigo e com ela.

A entrevista



É aqui que dou início ao fim do meu blog. Irei entrevistar  minha avó Arlinda Santos Bispo, dona de uma sabedoria que eu acho incrível, uma mulher de riso fácil, lutadora, nascida no dia 21 de junho de 1928 no povoado de Itapetingui nos arredores de Feira de Santana. Foi nesse povoado que ficou até os 15 anos. Abandonada pela mãe Albertina, aos 3 meses de nascida, depois do falecimento do pai Ciro, foi criada pela madrinha que até hoje ela chama carinhosamente de "Dindinha" e seus familiares, que levaram minha avó para a cidade de Santo Amaro, aonde ela reside até hoje com 88 anos de idade.

Fazer essa entrevista foi uma honra para mim, minha avó tem um papel importante em vida.

Delane Lima: Como era a vida no povoado de Itapetingui?
Arlinda Bispo: Comparada a hoje, vejo que tive uma vida pesada. Meu pai trabalhava na Usina Itapetingui desde de muito novo, juntamente com meus avós, e eu ficava na casa grande, onde desde de cedo ajudava a cuidar dos pequenos.

Delane Lima: Por qual motivo a senhora saiu do povoado de Itapetingui?
Arlinda Bispo: A vida era dura. Estava sozinha, depois da morte de meu pai e quando minha madrinha "Dindinha" soube quando meu pai tinha ido, ela veio me buscar para morar em Santo Amaro. Não pensei duas vezes, deixei uma vida que eu não queria lá.
Antiga Estação da Leste. Fonte: Google Imagens


Delane Lima: Como foi a sua chegada em Santo Amaro?
Arlinda Bispo: Me lembro que era uma cidade cheia, movimentada e quando desci na estação da Leste lá no Calolé (bairro da cidade) percebi que era uma nova vida, nasci de novo, sabe?! Fui trabalhar  na casa dos Costa Pinto (família de posses da época) como babá, não tive estudo, precisava trabalhar para ajudar.

Igreja de Nossa Senhora da Purificação. Fonte: Google Imagens


Delane Lima: E como era a cidade nessa época? O que te marcou?
Arlinda Bispo: Me lembro como hoje, em novembro de 1956 eu já tinha parido sua mãe, vivíamos trabalhando muito, então  todo mundo foi surpreendido com a subida rápida das águas do Rio Subaé. A gente ia para as principais parte da cidade para assistir a descida das águas. A princípio  a gente fez "festa", mas o volume da água aumentou bem rápido e a parte mais pobre que era o lado que eu morava foi que mais sofreu. O mercado Municipal aonde seu avó trabalhava, ele teve prejuízo, pegava a mercadoria na canoa, mas na parte da nossa família não teve ninguém que morreu. Em 1962, ás águas subiram novamente mas não fui do mesmo jeito. Me lembro que teve outra enchete, não me lembro o ano (foi no ano de 1966), mas nas ruas do Sergimirim, Sininbu, no Sacramento e Ideal, deixou muito gente desabrigado, alguma casa desabavam, a gente tentava ajudar, e agradecemos muito ao Padre Fenelon Costa, que instalou na Sacristia da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um posto de atendimento, com remédios e roupas para os desabrigados, a escola Padro Valadares, aonde seu pai estudou, abriu as portas para acolher os desabrigados da região de Maricá. O Governo do Estado também ajudou bastante o povo.

Margem do Rio Subaé - Fonte: Google Imagens


Delane Lima: E depois dessa tragédia, houve outras que marcou a senhora?
Arlinda Bispo: Ah, minha filha, até hoje quando chega esse dia, dói, sabe, penso nos amigos que perdi lá no mercado...  Era véspera de São João, o mercado tava movimentado, a feira começou cedo, e por ser São João, tinha duas barracas de fogos que eram de Raimundo (Reis) e o outro não me lembro, e segundo o povo, a causa do incêndio foi essas cobrinha que vocês brincavam quando eram pequenos... Mas na outra barraca tinha muita pólvora e dinamite para pesca que eles vendiam. Daí foi um verdadeiro inferno em cima da terra. O fogo espalhou rápido demais, os fios partiam, as pessoas que estavam no mercado e nas barracas foram carbonizados, minha filha, o seu bisavô ( pai de meu avô) perdeu o pai lá, tentando ajudar as pessoas, ele salvou muita gente, mais perdeu a vida.

Delane Lima: Depois de trabalhar como babá qual foi outra profissão que a senhora teve?
Arlinda Bispo: Trabalhei como cozinheira na casa dos Barros, foram um dos que desenvolveram o transporte rodoviário, onde meu tio trabalhou na empresa Camurugipe (Auto Viação Camurugipe). Lá tive a oportunidade de dar uma vida melhor, pra sua mãe, mesmo sua mãe já encaminhada. Trabalhei muito pra sustentar minha família, e mesmo assim estudei, era difícil, mas não deixei sua mãe sem estudar. As coisas iam melhorando...

Delane Lima: Quais as histórias que a senhora conhece sobre a Maçonaria de Santo Amaro?
Arlinda Bispo: Existe há muito tempo... a família que trabalhei os Costa Pinto foi um dos fundadores juntamente com a família Veloso, entre outros que não me lembro... Antes, a sede ficava lá no Sergimirim, depois de muito mudar de lugar, agora fica próximo da praça. Eles ajudaram muito o povo, e ainda acho que deve contribuir em benefício da sociedade, a parte pobre.

Av. Viana Bandeira, Igreja de Nossa Senhora do Amparo e a Maçonaria. Fonte: Google Imagens


Delane Lima: A senhora conheceu alguém que foi preso no período da ditadura?
Arlinda Bispo: Essa época foi dura, meu paquera da época, quase foi preso, ele tinha uma barbearia que o povo se juntava para jogar conversa fora, e o povo inventou que era ali encontro que se dizia comunista. O povo denunciou, ele fugiu.

Bonde puxado a burros, na Rua Direita. Fonte: Google Imagens


Delane Lima: E vendo o que era a cidade de Santo Amaro hoje que a senhora mora, o que mudou da Santo Amaro de quando a senhora chegou?
Arlinda Bispo: Mudou muito pouco minha filha, o pessoal da alta sociedade que continua mandando na cidade, e o pobre continua pobre, sem chance de se dar bem aqui. Veja, vocês tudo, estudaram na cidade grande, e tem emprego lá. Trabalhei nessas casa, e o que eu vi era sempre eles querendo se dar bem em cima do pobre. Santo Amaro decaiu pela ganância desse povo. Nunca pensaram no pobre. O povo da parte do Rio aonde eu morei, as oportunidades eram poucas... A minha luta era pra minha família vencer, e ela teve oportunidades fora daqui.


A entrevista foi devidamente autorizada e uso e o direito da mesma. Para pedir autorização de uso do texto, entre em contato.

A Princesinha do Sertão

Feira de Santana

As primeiras medidas para transformar no que é hoje Feira de Santana, começaram com a criação da vila em 13 de novembro de 1832. O Município e a Vila foram criados no dia 9 de maio de 1833, com a denominação de Villa do Arraial de Feira de Sant’Anna, com o território desmembrado de Cachoeira. O nome da cidade é uma homenagem dos considerados fundadores que século XVIII, o casal Domingos Barbosa de Araújo e Anna Brandoa ergueu uma capela na Fazenda Sant’Anna dos Olhos D’Água, em homenagem à sua santa de devoção, Senhora Sant’Anna.

 Igreja Senhor dos Passos no século XIX. Sua capela data de 1850.  Mais tarde ela passou a pertencer à Paróquia de Sant’Ana.



A cidade de Feira de Santana surgiu em função de atividades comerciais ainda no século XVIII. A sua posição geográfica privilegiada, ponto de passagem obrigatório para quem se deslocava em direção a Salvador, Cachoeira ou Santo Amaro, cidades importantes da Bahia à época, facilitava a aglomeração de pessoas em torno de atividades mercantis. Com o decorrer do tempo foi se organizando uma feira semanal onde era comercializada principalmente a carne bovina viva ou morta, produto de destaque na economia nacional e posteriormente produtos agrícolas e manufaturados. De um simples entreposto rodoviário o vilarejo de Santana dos Olhos d’água em 1873 é elevado a condição de cidade, sendo denominada então de Cidade Comercial de Feira de Santana. 



Feira livre de Feira de Santana em diferente época.




O desenvolvimento cada vez maior da atividade comercial, com a instalação de novas casas comerciais e com o crescimento da feira-livre, propiciou a cidade um rápido crescimento populacional tornando-se em meados do século XIX e início do XX uma das cidades mais populosas do Estado. Uma das primeiras indústrias de porte médio da região de Feira a Usina Itapetingui que funcionava nas mediações de Amélia Rodrigues, era de propriedade de João Marinho Falcão, outro grande comerciante que também se tornou prefeito.


Referências:

Acesso em 14 de Setembro de 2016 <http://www.terradelucas.com.br/2016/09/historia-dos-bairros-de-feira-de.html>
Acesso em 16 de Setembro de 2016 <http://aeri.uefs.br/?page_id=131>
Acesso em 16 de Setembro de 2016 <http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_III/guilherme_augusto_almeida.pdf>
Acesso em 18 de Setembro de 2016 <http://ginasiosantanopolis.blogspot.com.br/2014/12/feira-livre-de-feira-de-santana-imagens.html>
Acesso em 18 de Setembro de 2016 <http://www2.uefs.br/pgh/fotos.html>
Acesso em 18 de Setembro de 2016 <http://gincamaticalv.blogspot.com.br/2016/08/patrimonio-historico-de-feira-de-santana.html>

sábado, 24 de setembro de 2016

Santo Amaro da Purificação

A história


Em 1557, nascia e crescia à margem do rio Taripe, próximo ao mar, a povoação de Santo AmaroAntes de firmarem o seu domínio na região, tiveram os colonizadores lusos de travar sucessivas guerrilhas com os primitivos habitantes - os tupinambás - que, no entanto, vieram mais tarde prestar inestimáveis serviços aos colonos. O nome Santo Amaro é devido aos monges beneditinos, aos quais foram doadas grandes áreas, numa delas se localizara a cidade, e se erigiu a Capela, sob a invocação de Santo Amaro, ficando esse Santo como padroeiro local. 


Ruínas da Capela Jesuítica, Santo Amaro da Purificação, Bahia.

Entre 1557 à 1572 deu-se uma maior expansão colonizadora, e em 1592, um dos primeiros engenho a ser instalado na região de propriedade do Conde de Linhares. E o Major João Ferreira de Araujo, foi um dos fundadores da cidade notável colaborador para o desenvolvimento material e econômico da região.

A colonização de Santo Amaro teve por base o engenho e a cana de açúcar e por isso a coroa estabeleceu direito de propriedade a todos aqueles a todos aqueles que pudesse estabelecer benefícios para o reino. Nisso a lavoura progrediu sem assistência técnica favorecida pela constituição das terras do massapê.  O progresso de Santo Amaro nessa época teve como acesso os rios Traripe, Pitinga e Subaé. Mais engenhos surgiram, e os mais importantes da região foram: o engenho do Conde e Marapé, sendo o engenho do Conde fundado por Mem de Sá.

Após a morte de Mem de Sá, ocorrida em 2 de março de 1572, o engenho passou a pertencer a sua filha, esposa do Conde de LinharesPode-se dizer que esse engenho era a segunda residência do então governador Mem de Sá, dada a frequência das suas visitas. Nesse local foi edificado o ancoradouro do Conde, o porto onde os navios da Navegação Baiana, faziam o transporte de passageiros e cargas entre Santo Amaro e Salvador. 

Foi elevada a vila e município em 5 de janeiro de 1727. Tornou-se cidade em 13 de março de 1837, denominada de "Leal e Benemérita". Em 1847, foi estabelecida ligação marítima regular com a capital da província, Salvador, por navio a vapor. Em 1855, uma epidemia de cólera dizimou metade da população.



Santo Amaro foi sem dúvida o município que mais escravos possuiu e duas raças negras que vieram para Santo Amaro, os Haussás e os Malés. Os Haussás habitavam o Sudão Central ao norte do Rio Niger e Binue. Os Malés eram africanos Islanizados, possuidores de mediana cultura, e portadores de ofícios de pedreiro e carpinteiro e ótimos agricultores, exercendo influência sobre os escravos das diversas procedências. Os Malés foram instigadores das diversas rebeliões. Pelo seu temperamento mais perigosos, mais rebeldes por várias vezes incentivaram e provocaram revoltas, algumas das quais de funestas consequências. Estes eram dominados pelos colonizadores brancos que, recorriam aos métodos mais bárbaros como surras, castigos de tronco, a cujos padecimentos muitos não resistiram. Eram considerados na Bahia como hereges e excomungados por serem considerados inimigos da religião católica. Esse contingente humano de africanos, construíram a máquina  do progresso da lavoura e da indústria no Recôncavo Baiano.

Santo Amaro e a Escravatura


A história de Santo Amaro nos revela ter sido o município que mais escravos possuiu, desde as primeiras levas de africanos que foram trazidos para o Brasil pelos navios negreiros. O contingente humano de africanos, construíram a máquina do progresso da lavoura e da indústria no Recôncavo baiano.
Em 1814 houve na capital uma tentativa de levante, com fuga em massa dos escravos de Itapoan, e dois anos depois, em 1816, na vila de São Francisco, houve uma ruidosa rebelião promovida por escravos, e Santo Amaro que possuía milhares de escravos, ciente dessa rebelião na vila próxima, tomou severas medidas a fim de evitar qualquer manifestação de revolta entre os escravos.
No dia 24 de janeiro de 1835, uma estrondosa rebelião abalou o Recôncavo e Santo Amaro foi palco de doloroso acontecimento entre os quais o assassinato no Tanque de Senzala, do senhor Manoel Gomes de Meneses, administrador daquelas e se não houvesse a intervenção de escravos que prestavam serviços, seriam trucidados todos os membros da família e a propriedade devastada.
O que a história nos conta é que desta data em diante cessaram por toda a parte as rebeliões cativas, proporcionando o negro as hedionda vida desumana que os "Senhores de Engenhos" lhe proporcionava. O homem negro era a máquina que acionava e multiplicava a lavoura, principalmente da cena de açúcar. A mulher negra além de assumir as responsabilidades de "Mãe Preta", representava o alvo de voluptuosidade sexual dos senhores brancos.
Santo Amaro sempre se manisfestou hostil a redenção dos escravos.

Trilhos Urbanos e a Estrada de Rodagem

Pensando nos transporte, Santo Amaro juntamente com Cachoeira, foram as primeiras cidades interioranas que cuidaram de transporte coletivos. Em 1 de janeiro de 1874, foi inaugurada a Companhia de Trilhos Urbanos.


A Estrada de Ferro de Santo Amaro


Autorizada  em 26 de maio de 1863, porém esse empreendimento não deu certo. E em 1867, o governo ordenou uma comissão para fazer estudos de uma estrada que foi projetada pela Empresa Animação de Santo Amaro. No dia 14 de março de 1880 o Presidente da Província Barão de São Francisco inaugura o tráfego até Terra Nova. Em 26 de maio de 1908, foi inaugurado  o trecho da Estrada de Ferro Centro Oeste, no trecho de Candeias, onde foi feito o entroncamento de ferro de Santo Amaro. De 1918 à 1924 a Estrada de Ferro de Santo Amaro esteve arrendada aos usineiros da Lavoura Indústria Reunidas S/A.



Refências:

Acesso em 15 de Setembro de 2016 <http://santoamarohistorico.blogspot.com.br/>
Acesso em 15 de Setembro de 2016 <http://www.jacuipenoticias.com/historia/amaro.htm>
PAIM, Zilda. Isto é Santo Amaro. 1974.


Cachoeira - Seu surgimento

Conhecendo a história


Em 1511 os portuguese expedicionários chegaram ao último ponto navegável  do Rio Paraguaçu , limitados por uma queda d'água: uma cachoeira. Mas somente em 1531, com a expedição de Martin de Afonso de Souza e Paulo Dias Adorno foram realizadas as primeiras tentativas de povoamento. 

Imagem Ilustrativa - Google Iamgens


Os portugueses viram na área próximas ao Rio Paraguaçu um local de povoamento promissor. O governo português concedeu terras aos portugueses com recursos para que fossem instalados os primeiros engenhos de açúcar, iniciando assim, a expansão da atividade açucareira.

Cena de um engenho no Brasil Colonial - Imagem Ilustrativa - Google Imagens


Embora o açúcar mantivesse relativa vitalidade, o grande produto do município era o fumo, o qual inicialmente serviu como meio de troca no tráfico de escravos. Portanto, Cachoeira constituía-se como ponto de ligação estratégica entre Salvador e os sertões, além de ser o último ponto navegável  do Rio Paraguaçu.
Cachoeira dispunha do maior tráfego comercial da Bahia, e devido ao seu grande raio de influência servindo regiões de variadas atividades econômicas, sendo assim, a principal sede de partida e chegada de mercadorias. 

Cachoeira em 1860


Nessa década, é um período básico de evolução sócio econômica para Cachoeira. A ferrovia consolidou a posição da cidade como centro comercial do Recôncavo. As ferrovias partiam dos portos já estabelecido, a começar por Salvador e as demais tinham as cidades de Cachoeira/São Félix, Santo Amaro e Nazaré. 
Rua do Pasto em 1860 - Imagem Ilustrativa - Google Imagens





Fotografia registrada em 1860 mostrando a atual Rua da Feira, que já teve várias denominações sendo a mais antiga Rua do Pasto, nome da época.  Mostra  à esquerda tropas de burros descarregando em armazéns cargas  vindas do alto sertão baiano. No meio da rua, trilhos que transportavam vagonetes usados para facilitar o deslocamento das mercadorias. Devido a construção das  ferrovias  e à cultura fumageira, a cidade experimentava um franco progresso


Com a construção da Estrada de Ferro Central da Bahia, reafirmou a potencialidade da região fumageira, mercadorias partiam de Cachoeira em direção a Feira de Santana,  favoreceu uma forte relação comercial entre ambas, principalmente pela via de acesso para as regiões do norte do Recôncavo e para Salvador.  Enquanto a estrada de ferro e o porto de Santo Amaro tornava-se quase que exclusivamente responsáveis pelo transporte da produção açucareira.


As Estradas Reais deixaram de ser a via preferencial para os transportes de mercadorias e com isso, Cachoeira começa a perder muito sua importância econômica. 


Refêrencias:

Acesso em 10 de Setembro de 2016 < http://viagem.uol.com.br/noticias/2011/06/06/roteiro-de-cultura-historia-e-religiosidade-em-cachoeira-na-bahia.htm>
Acesso em 10 de Setembro de 2016 <http://www.prodeturbahia.turismo.ba.gov.br/municipios-beneficiados/cachoeira/>
Acesso em 11 de Setembro de 2016 <http://periodicos.uesb.br/index.php/ascmpa/article/viewFile/3747/3431>
Acesso em 11 de Setembro de 2016 <http://historiaearquitetura.blogspot.com.br/2011/08/cidade-historica-de-cachoeira-bahia.html>

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A Estrada das Boiadas

Imagem ilustrativa - Fonte Google Imagens



A rede viária terrestre existente nas primeiras décadas do século XIX, foi resultado do processo de colonização. Naquela época ela contava com uma baixa densidade de vias. A Estrada das Boiadas partia margeando o rio Joanes, indo a Feira de Santana, Santo Amaro, Cachoeira e São Félix no Recôncavo, depois dirigindo-se até Muritiba, Curralinho, João Amaro, em direção à Chapada Diamantina. Essa via, depois de cruzar a Chapada Diamantina, descia para Minas Gerais na direção das nascentes do Rio Verde, afluente do São Francisco que limita Bahia e Minas.


A Estrada das Boiadas era uma importante via de acesso, trilha de terra que unia a cidade de Salvador e o Recôncavo e caminho para entrada e saída de diversas mercadorias que abastecia a cidade.

A Estrada das Boiadas era uma estrada de barro com areia que era passagem para os bois, era a principal estrada de ligação entre Feira de Santana e a cidade. O percurso das boiadas eram o seguite: vinham de Feira de Santana passavam por Pirajá e pela Estrada das Boiadas para conseguir descer para a Areia do Canto da Cruz, a caminho do Retiro. Além desse percurso tinha também o da Calçada, San Martin, pela Baixa dos Sapateiros passando pela Lapinha e outra opção era passar pela cidade Baixa e subir pelo Largo do Tanque.


No dia 2 de julho de 1823, combatentes que lutaram pela independência da Bahia marcharam vitoriosos pela Estrada das Boiadas.

A Estrada das Boiadas permite entender a função metropolitana de Salvador colonial; as relações com o além-mar com outras partes do Brasil, com os sertões, assim como o impacto dessas rotas em sua formação.
   
 


Referências:
http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_I/erivaldo_fagundes.pdf
http://hnsussuarana.blogspot.com.br/2014/06/bairro-de-nova-sussuarana-salvador-bahia.html
http://stravaganzastravaganza.blogspot.com.br/2013/01/o-percurso-do-gado-e-sua.html